quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Rotina acabada

Pego meu cigarro,
O que eu tenho?
Raiva.


Vejo te no fim da rua,

O que eu sinto?

Euforia.

Espero a noite,

A madrugada.

Caminhadas noturnas;

Cemitérios supostos.
Essa tem sido minha rotina.


Bebo meu vinho,

O que procuro?

Paixão.


Vejo te ir embora no fim da esquina

O me acontece?

Tristeza.


Espero o dia,
Minha tarde.

Vícios inventados;

Versos deduzidos.

Essa tem sido minha rotina.


Nícholas Mendes (Puck Todd)

2 comentários:

Le fils de la mort disse...

Pra começar, pode esquecer esse negócio de que você não tá tão bom e tal porque você se supera a cada poema, de forma impressionante.

Quanto a esse poema especificamente, me lembrei de dois grandes nomes de nossa Literatura ao lê-lo: Gregório de Matos e Carlos Drummond de Andrade. Com um estilo conciso e cortante, você criou um poema encantador, que nos leva a penetrar nesse submundo da paixão não correspondida.

Imagens fortes já são uma característica sua, a qual você domina ao ponto de reinventá-la e renová-la infinitamente., como observa-se em "Vícios inventados/Versos deduzidos".

Enfim, você a cada dia se mostra um poeta fantástico, que merece a minha mais profunda reverência. Meus parabéns, continue assim, pois você ainda vai ser reconhecido como o mestre da poesia que você é.

Flww, até o próximo post.

Juliana Galante disse...

Nih..Essa poesia é de uma solidão imensa, tao imensa e profunda que deixa quem a lê, por uns instantes se sentindo tao só!

achei muito linda!ah..sempre lindas suas poesias Nih!

:D

adorei!

Notas do autor:

Coloquemos uma coisa na nossa cabeça;
Que ainda falta muito para um final.
Afinal ninguém define um final
Sem se empenhar no começo.

O final não é sinônimo de morte,
Não é antítese de início,
Não se compara com a vida
E não significa própriamente um final.

Se por acaso seu começo é fraco
E ainda teme um final,
Simples
Viva sempre no meio;
Pois é ai que você pensa que o livro não tem fim.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

Tudo é mais do que pode parecer:

Tudo é mais do que pode parecer:
Veja as coisas com todos os olhos.