quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Amor diferente

Teu amor é ferida,
Tem gosto de sangue.
Tua verdade é assassina,
Tem sede de morte.

Do que adianta meus versos
Se não são lidos?
Do que adianta a demonstração
Se é desnecessário?

Estar bêbado é uma saida,
Para esquecer-te,
Para enjoar-me,
Para não chorar aos teus pés.

Não adianta oferecer meus beijos
Para uma boca distante,
Nem ao menos vele meus abraços
Para um corpo vestido.

Será você,
Apenas fumaça material?
Fantasma perdido?
Alma corrompida?
Gótica de cemitérios?

Ou apenas viciada
Em amores sangrentos?

Nícholas Mendes (Puck Todd)

2 comentários:

Le fils de la mort disse...

Olha, é impressionante como você consegue se superar a cada poema. Este ficou simplesmente magnífico! Desde os jogos de palavras até as metáforas carregadas de sentido, percebe-se que você cuidou de cada detalhe de forma minuciosa.

Destaco em especial a expressão "sede de morte", que fecha a primeira estrofe da melhor maneira possível. Aliás, essa estrofe é exemplo de uma expressividade sem igual, com palavras fortes e incisivas, a saber "ferida", "sangue", "assassina" e a já citada "morte".

Outra passagem fantástica desse poema é a gradação a partir de estar bêbado. Contribui para deixá-la assim a semelhança sintática entre "esquecer-te" e "enjoar-me", que, no fim, se opõe a "para não chorar aos teus pés", verso que dispensa comentários.

Por tudo isso, você merece mais uma vez parabéns, você realmente está cada vez melhor. Agora só resta saber quanto tempo vamos esperar pra ver a publicação de um livro seu :D

É isso aí! Flw, até o próximo post.

Juliana Galante disse...

existem varias formas de amar..
e essa que voce descreveu aqui nessa poesia, é uma das que eu nao quero ter jamais para com ninguém..pois um amor que "fere, e sangra" a alma não é amor!
mas em poesia toda forma de amar se torna belo!

eu gostei muito!

:)

parabéns!

Notas do autor:

Coloquemos uma coisa na nossa cabeça;
Que ainda falta muito para um final.
Afinal ninguém define um final
Sem se empenhar no começo.

O final não é sinônimo de morte,
Não é antítese de início,
Não se compara com a vida
E não significa própriamente um final.

Se por acaso seu começo é fraco
E ainda teme um final,
Simples
Viva sempre no meio;
Pois é ai que você pensa que o livro não tem fim.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

Tudo é mais do que pode parecer:

Tudo é mais do que pode parecer:
Veja as coisas com todos os olhos.