segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

III-Cabelos

Ainda tem os teus cabelos,
Longos,sedutores e cheirosos.
Existe, por alguma dádiva,
Definição poética para essa cabeleira?

Minhas mãos precoces,
Inocentes e adolecentes
Teimam em acariciá-los
Por inteiro e por eterno.

Não brinque,
Fanático leitor,
Dos meus gostos
Ou de meus versos.

Poucos têm tal coragem,
Inpiração,
Ou qualquer outro talento
Para descrevê-los.

E como nomear,
Toda aquela cabeleira,
Trançada ou solta?

Existe definição,
Ao menos sonhadora o bastante,
Para dá-los?

Cabelos estrelados?
Vá... Vá...
Algum leitor há de ver poesia nestes versos.
Nestes cabelos estrelados
Em madrugada noturna.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

II-Toques

E teus toques?
Como defini-los?
Macios, suaves e leves.
Sentia-me puro no passar das suas mãos.

Não tenho ainda,
Apressado leitor,
A definição poética desses toques.

Toques de carinho,
Leves e harmônicos
Como o cantar de um passarinho.
Bastava estar de olhos fechados.

Olhos belos daqui,
Toques suaves dali,
Abraços demorados acolá.
Incertezas indiretas outrora percebidas.

Chegava a ser tortura,
Não beijar-te os lábios.
Mas incerteza é cruel
E limita os toques impulsivos.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

I-Olhos.

Diga-me alguém
O que foram aqueles olhos?
Tão belos e profundos
Que brilhavam com intensidade das estrelas.

Poderei dizer,
Como Machado já disse:
"Olhos de cigana,
Oblíqua e dissimulada;
Verdadeiros olhos de ressaca."

Mas não é suficiente.
Dar-lhes um nome
Ao menos poético suficiente
Para comparar-se com suas grandezas
É essencial.

Olhos de grandezas
Tais quanto os do mar
Ou os do céu.

Vá lá assim.
Olhos de grandezas.

Não zomba-me,
Leitor sonhador,
Da minha definição precoce;
É dai que me vem a inocência.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Soneto de dor

Dói difícil
Toda essa paixão.
Esse amor de perdição
Nunca foi invisível.

Me lembra loucura,
Essas minhas imaginações.
Invenções das emoções
Derrubam-me em uma outra tortura.

Sempre fui abalado
Por poder ser trocado,
Jogado.

Enfim,não serei,jamais,comum,
Como qualquer outro algum,
Serei,junto,todos e nenhum.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

Notas do autor:

Coloquemos uma coisa na nossa cabeça;
Que ainda falta muito para um final.
Afinal ninguém define um final
Sem se empenhar no começo.

O final não é sinônimo de morte,
Não é antítese de início,
Não se compara com a vida
E não significa própriamente um final.

Se por acaso seu começo é fraco
E ainda teme um final,
Simples
Viva sempre no meio;
Pois é ai que você pensa que o livro não tem fim.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

Tudo é mais do que pode parecer:

Tudo é mais do que pode parecer:
Veja as coisas com todos os olhos.