domingo, 30 de agosto de 2009

Uma mão.

Vejo minha mão...
Uma mão ímpar
Gélida e solitária
Temos uma mão só.

Não há para ela
Uma outra, macia.
Ela se abre por total
Sem nenhuma resposta.

A mão da moça,
Leve e macia
como nuvens claras,
não reage.

Aquela pequena
Apenas brincava só
Com os pés e chinelos,
Sem mãos.

Minha mão fria
sem um par quente.
Não engana-me,
Mão na luva não esquenta.

Sobra-te mão
Essa caneta que seguras
Sobra-te chorar nesse papel
As tintas desse poema.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

sábado, 29 de agosto de 2009

Dedos nus.

Havia um poeta...
Um poeta que não fazia poemas,
Não montava versos e nem rimas.
Havia um poeta...
Um poeta que tocava piano.

Havia um poeta...
Um poeta que amava
Tocava sinfonias para sua amada.
Havia um poeta...
Um poeta que morria de amor.

Padecia doente e solitário,
Seu olhar varava o vento,
Suas lágrimas caíam frias
Nas mãos gélidas de sua falecida.
Havia um poeta melancólico.

Havia um poeta que desfalecia
Instalou-se nele um câncer.
Tragava teus cigarros de tabaco,
Dedilhava lentamente o teu piano,
Aspirava e expirava fixas lembranças.

Havia um poeta...
E nele a morte cutucava as entranhas
Sem matá-lo.
Houve um poeta...
Um que amou e viveu morto.

Nícholas Mendes. (Puck Todd)


Agradecimentos: Fernando (Kross)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mito

Maldito seja o ditador
Que um dia gritou aos quatro ventos
Que se deve ser um tanto idoso
Para produzir alguns versos estupendos.

Pobre...
Talvez fosse um Sábio
Que se despedia de uma flor;
Pobre...

Antes fosse diferente...
Fosse uma Criança feliz e inocente
Que amou à um outro coração;
Antes fosse...

Nícholas Mendes (Puck Todd)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Raiz ao problema

Existe um fungo
E ele me perturba a alma.
Me faz sentir...Algo.
Existe um fungo dentro de mim
Ele me destrói
Ele também me faz lutar.
Se enRaiza dentro de mim
Como rosas de um canteiro.
Esse fungo já está cravado
E bem plantado
No meu lado esquerdo do peito.
Desse fungo eu bem cuido,
Com carinho e adubo,
Pois ele já se enRaiza dentro de mim.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Começo, meio e muito depois.

No começo tudo é muito!
Tão pouco é tudo; muito...
Agora, muito é pouco.
Muito é tudo, tão pouco...
Será tudo muito pouco?
Muito pouco, tudo, quase nada...?

Nícholas Mendes. (Puck Todd)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Derrepente é tristeza

São meros fatos científicos,
Sem magia e sem fantasia.
São meros acontecimentos;
Causam dores e nostalgia.

Oh! Céu dos poetas chorosos,
Abram tuas portas e caminhos.
Seremos talvez alguém, deixe-nos.

Anjos mortais que ficam
Peço que minha falta não sintam
Irei sem mais demoras. Não insistam.

Resta-me como desejo principal,
Drogas, prostitutas e bebidas.
Fico-me corroendo nesse ritual,
Deixe-me sofrer com minhas últimas ressacas

Nícholas Mendes (Puck Todd)

Notas do autor:

Coloquemos uma coisa na nossa cabeça;
Que ainda falta muito para um final.
Afinal ninguém define um final
Sem se empenhar no começo.

O final não é sinônimo de morte,
Não é antítese de início,
Não se compara com a vida
E não significa própriamente um final.

Se por acaso seu começo é fraco
E ainda teme um final,
Simples
Viva sempre no meio;
Pois é ai que você pensa que o livro não tem fim.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

Tudo é mais do que pode parecer:

Tudo é mais do que pode parecer:
Veja as coisas com todos os olhos.