quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Acontecia no presente.

Lembra-te
Que os magos diziam aos teus reis:
"Ande, levante, bota tua coroa real
E governa sozinho o teu reino."

E que o conselheiro,
Que desgostava as palavras,
Murmurava aos ouvidos reais
Ser culpa daqueles, as secas e chuvas abundantes.

E também lembra que o rei, leão,
Levantava, apontava e gritava ao reino:
"Cortem-lhes as cabeças!"

E ainda não se esqueça
Que os magos morriam, o conselheiro ria,
O rei já dormia e o povo em alegria.

Nícholas Mendes. (Puck Todd)

Um comentário:

Le fils de la mort disse...

Genial! Síntese perfeita da relação entre poder e sabedoria, infelizmente observável até hoje, quando não há mais reis nem magos, mas sim o povo "em alegria".

Poema muito bom. Sua capacidade de análise vem aumentando cada vez mais. Meus parabéns! E você pode continuar nessa veia crítica que você tem potencial. Até o próximo post!

Notas do autor:

Coloquemos uma coisa na nossa cabeça;
Que ainda falta muito para um final.
Afinal ninguém define um final
Sem se empenhar no começo.

O final não é sinônimo de morte,
Não é antítese de início,
Não se compara com a vida
E não significa própriamente um final.

Se por acaso seu começo é fraco
E ainda teme um final,
Simples
Viva sempre no meio;
Pois é ai que você pensa que o livro não tem fim.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

Tudo é mais do que pode parecer:

Tudo é mais do que pode parecer:
Veja as coisas com todos os olhos.