segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O invisível universal.

Sou poeta e não sei se amo.

Talvez ame; talvez odeie
Cada flor e toda estrela desse mundo.

Talvez toda a paixão delirante
Que nós, mortais, nomeamos amor,
Esteja diante da minha face
Em forma de vermelho berrante

Desse modo eu só o pré-sinto
Sem vê-lo, nem ouvi-lo
Ou tocá-lo, ou degustá-lo...
Demais, sem cheiro também.
Como tudo o que há nessa imensidão
Formado de átomos
Que o homem não vê.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

Um comentário:

Le fils de la mort disse...

Hey! Resolvi voltar de novo, quem sabe não fico de vez agora...

Quanto ao poema, mais uma vez você soube demonstrar seu talento, tanto na escolha do tema - a dúvida - quanto no tratamento do mesmo - que recebeu toda a fineza e a profundidade que lhes são devidas.

Particularmente, agradaram-me muito os dois últimos versos. Neles você conseguiu expressar com perfeição o paradoxo de saber e ao mesmo tempo não saber,sentir e não sentir, ser e não ser.

Enfim, parabéns, você continua num magnífico voo ascendente - cujo ápice espero que dure o máximo possível. Até o próximo post!

Notas do autor:

Coloquemos uma coisa na nossa cabeça;
Que ainda falta muito para um final.
Afinal ninguém define um final
Sem se empenhar no começo.

O final não é sinônimo de morte,
Não é antítese de início,
Não se compara com a vida
E não significa própriamente um final.

Se por acaso seu começo é fraco
E ainda teme um final,
Simples
Viva sempre no meio;
Pois é ai que você pensa que o livro não tem fim.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

Tudo é mais do que pode parecer:

Tudo é mais do que pode parecer:
Veja as coisas com todos os olhos.