terça-feira, 10 de novembro de 2009

Desejo infantil e humano

Bumba meu boi,
Bumba mais que São Paulo e o Rio de Janeiro!
Bumba meu boi, essas 'vidas',
Com dinamites explosivas!
Bumba a prisão e as favelas
Bumba todos os vícios e roubos
Bumba a mão desse Homem,
Bumba aquele Olho que julga
Bumba, meu boi, esse Dedo que escolhe!
Bumba as religiões
Bumba toda droga excessiva!
Bumba os ignorantes, os 'cegos', os 'surdos'...
Bumba os mortos-vivos viciados!
Bumba meu boi!
Ouve essa criança!

Nícholas Mendes. (Puck Todd)

Um comentário:

Le fils de la mort disse...

Atendendo seu pedido, aqui estou pra comentar o poema ^^.

Em primeiro lugar, me chamou a atenção a carga de emotividade que você colocou nele, não num sentido melodramático, mas sim em referência à força do sentimento que transborda em cada verso. Sentimento esse que poderia ser chamado de indignação ou revolta, não importa, a expressividade alcançada por você supera a própria natureza da sensação.

Cabe destacar, também, o contraste entre a violência dos "Bumba" (uma relação com "bomba", talvez), e o último verso, no qual a palavra "criança" desarma e comove o leitor.

Por fim, não esqueçamos da originalidade do mote, que foi transpor uma tradição popular brasileira para um contexto de arguta crítica social.

Em síntese, um trabalho bem feito em todas as suas nuances, que só merece seus devidos elogios! Até o próximo post!

Notas do autor:

Coloquemos uma coisa na nossa cabeça;
Que ainda falta muito para um final.
Afinal ninguém define um final
Sem se empenhar no começo.

O final não é sinônimo de morte,
Não é antítese de início,
Não se compara com a vida
E não significa própriamente um final.

Se por acaso seu começo é fraco
E ainda teme um final,
Simples
Viva sempre no meio;
Pois é ai que você pensa que o livro não tem fim.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

Tudo é mais do que pode parecer:

Tudo é mais do que pode parecer:
Veja as coisas com todos os olhos.