sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Aquela madrugada.

Unica coisa que me resta
É essa madrugada tediosa.
Por céus, que tragédia,
Não hei de ser útil a nada.

Ao meu lado, não muitos;
Resta-me essa coca-cola quente,
Alguns biscoitos sem gosto
E as malditas Leis de Newton.

Me masturbaria longe desse quarto;
Talvez São paulo ou mais longe,
Onde as moças falam inglês, francês,
[italiano, espanhol, russo ou até suéco.

Basta-me que saia daqui,
Para onde eu tenha minha Capitu...(acorda)
(Realidade) Abram as cortinas e comecem
[esse maldito tango argentino.

Nícholas Osório Mendes. (Puck Todd)

2 comentários:

Le fils de la mort disse...

Primeira reação ao ler esse poema: puta que pariu! (com o perdão do palavreado chulo).

Ecos modernistas se fazem sentir em cada verso, e não falo desse modernismo pós-moderno, em que tudo vale sem mais nem menos; me refiro às nossas melhores gerações de modernistas. Os traços de Manuel Bandeira nos últimos dois versos, por exemplo, são impagáveis.

Um outro aspecto digno de nota é o completo domínio da trivialidade, do prosaico. Em outras palavras, você conseguiu transformar na mais pura poesia trechos cotidianos nitidamente apoéticos (o "masturbaria" está aí pra confirmar), mais uma vez seguindo nosso melhor modernismo.

Enfim, não me canso de dizer o quanto você se supera a cada poema. Tenho certeza que essa sua poesia proseada e modernista vai render excelentes frutos - e estou ansioso para conhecê-los! Até o próximo post.

Fernando Neves - KroSS disse...

Pelo jeito o nosso amigo extreme Crítico passou por aqui.
Bom, ele disse e mais um pouco do qu'eu poderia dizer.

E sem dúvida, aquela parte do masturbaria ficou bacana. Tenho ctza que pra alguns isso pode ser um choque. Tavelz fazer algumas pessoas criarem nojo, ou coisa do tipo.

Gostei de como vc deixou bem cotidiano o poema. Mostrar o que as coisas são como elas realmente são. Se é qu'eu posso dizer isso.
A verdade nua e crua.

Bacana k'ra!
E como o Iago disse ali em cima, de modernismo o poema não falta!
xD

Faz tempo qu'eu não passo aqui pra comentar, né?

Notas do autor:

Coloquemos uma coisa na nossa cabeça;
Que ainda falta muito para um final.
Afinal ninguém define um final
Sem se empenhar no começo.

O final não é sinônimo de morte,
Não é antítese de início,
Não se compara com a vida
E não significa própriamente um final.

Se por acaso seu começo é fraco
E ainda teme um final,
Simples
Viva sempre no meio;
Pois é ai que você pensa que o livro não tem fim.

Nícholas Mendes (Puck Todd)

Tudo é mais do que pode parecer:

Tudo é mais do que pode parecer:
Veja as coisas com todos os olhos.